Na 5ª feira à noite enquanto visionava o Telejornal, eis que surge a já habitual peça sobre a "Operação Páscoa" referente ao controlo do trânsito. E claro está, nestas ocasiões impõe-se sempre uma reportagem em directo com um responsável da BT da GNR. Só que desta vez houve algo que me surpreendeu pela positiva...o tal responsável da BT (infelizmente não memorizei o nome), quando falava sobre as medidas que iriam tomar nesta "Operação Páscoa" referenciou que iam estar particularmente atentos às manobras perigosas!
“Fantástico!” – pensei eu. Será que vai iniciar-se uma mudança no discurso habitual? Discurso esse que invariavelmente bate sempre na mesma tecla: excesso de velocidade. Parece-me que não…
Podem ver aqui a notícia da RTP onde se fala e bem de "comportamentos agressivos", mas logo a seguir lá vem o "excesso de velocidade" incluído num rol de situações a fiscalizar.
Realmente neste país a explicação "oficial" para todos os acidentes é o excesso de velocidade. Mas esta "explicação" não passa de uma fraca desculpa para reforçar a “caça à multa”. Não estou com isto a defender que não devem existir limites de velocidade e que os condutores podem andar a 200 à hora ao passar no centro da vila...mas se repararem, sempre que se procura saber junto de algum polícia ou mesmo bombeiro qual terá sido a causa possível para determinado acidente lá vem o belo "excesso de velocidade".
Ora eu pergunto-me, um condutor circula numa auto-estrada a 140 ou 160 Km/h e de repente tem um acidente? Só porque ia em excesso de velocidade? Ou será que terá feito alguma manobra perigosa? Será que não andou a utilizar as 3 faixas para fazer "slalom"? Será que não adormeceu ao volante ou tentou enviar umas SMS´s no telemóvel??
Ou seja podem existir dezenas de causas para os acidentes, mas a explicação mais fácil de dar é: excesso de velocidade. E assim se continuam a comprar mais radares...entretanto esta "Operação Páscoa" teve mais uma vez números negros apesar da leitura “optimista” da BT sobre os dados deste ano (já agora reparem qual é a causa apontada para a maioria dos acidentes).
4 comentários:
O tema estrada e condução é dos meus favoritos, por isso conquistaste a minha atenção logo:)
Quanto ao que falas, acho que nunca me tinha debruçado pela falta de inovação nas explicações oficiais.
A velocidade em si, em algumas estradas, não é de facto explicação por si só, manobras perigosas, falta de civismo, telemóveis são outras "velhas" razões.
O problema é que, a malta não aprende de outra forma, já se viu que por vontade própria não atina. Atinge-nos a todos, é certo, mas se para a malta acalmar os radares ajudam, tenho de concordar com a sua implementação. Não deixo de achar que os que limitam a 50km/h em rectas são enervantes...
Eu acho que a maioria dos acidentes são causados pela burrice dos condutores e pela sua falta de sensatez, tendo pouco a ver com velocidade como referes e bem. Este país não dá para mais...
Entretanto, vou colocar o meu blog com acesso privado e queria saber se te importas/estás interessado em que adicione o teu email. Se puderes, deixa o teu email de login no blogger na caixa de comentários lá no Espaço Rosa ou envia para o email que está disponível.
Beijinhos**
Paulete eu também concordo com a colocação de alguns radares em algumas zonas mais sensíveis como zonas escolares, hospitais e zonas onde haja uma grande afluência de peões, mas convenhamos que grande parte dos radares colocados e respectivos limites de velocidade são ridículos e claramente virados para a caça à multa!!
Mas estamos os três de acordo que a velocidade por si só não é a causa principal dos acidentes mas sim a falta de civismo e que teima em imperar nos condutores portugueses!
Canochinha, mas é claro que estou interessado! ;-) Obrigado pelo convite!
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